O Ecomuseu

Ribeira de Pena é um concelho de fronteira entre o Minho e Trás-os-Montes, onde se encontram o Alvão, o Barroso e o próspero vale do Tâmega. Fruto desta situação, possui um património rico e peculiar, de contrastes e simbioses que estão na origem de uma identidade muito própria caracterizadora da sua comunidade.


O Ecomuseu de Ribeira de Pena pretende preservar e divulgar o património cultural da comunidade ribeirapenense, assim como promover e dinamizar a ação cultural na sua região de implantação.










quinta-feira, 30 de abril de 2020

Museu da Semana 6 - As exposições permanentes


Fui daquela terra para outra, onde vivia um mestre de latim, sujeito de não vulgar lição, pregador de fama e bom velho sobretudo.

Camilo Castelo Branco em Ao Anoitecer da Vida

 

A Casa de Camilo|Friúme é um espaço privilegiado de contacto entre o visitante e Camilo Castelo Branco, percorrendo os factos e a memória da sua passagem pelo concelho de Ribeira de Pena, mas também as impressões dessa memória, expressa frequentemente nas páginas da obra camiliana por meio de lugares, personagens e enredos de inspiração ribeirapenense.

 

Macário saiu de Celorico de Basto e foi administrar outra farmácia de uma viúva, dali quatro léguas, onde eu estudava latim. Ali o conheci. Teria cinquenta anos. Foi meu mestre de gamão e de damas.

Camilo Castelo Branco em O Filho Natural

 

A exposição permanente "Camilo e Ribeira de Pena" permite conhecer o escritor e a sua primeira esposa, Joaquina Pereira de França, por meio também da coleção documental e fotográfica. O visitante tem ainda a oportunidade para conhecer Rosa, a única filha do casal.

 

Era num dia de Agosto, romagem da Senhora da Guia, cuja Capela alveja na chã que se aplana na quebrada da serra do Alvão.

Camilo Castelo Branco em Doze Casamentos Felizes

 

A exposição abre caminho à visita aos aposentos de Camilo e Joaquina, no piso superior, onde foram reconstituídas algumas divisões da vida do casal que a 18 de Agosto de 1841 contraiu matrimónio na Igreja Matriz de Ribeira de Pena. Camilo tinha 16 anos e Joaquina apenas 14. Neste espaço que podem ser observadas algumas fotografias da família dos Pereira de França.

 

O padre-mestre avisou-me horas antes da espera e da sepultura. Fugi com o magnum lexicon debaixo do braço, e com os ossos direitos que aquela terra ingrata me queria comer.

Camilo Castelo Branco em Ao Anoitecer da Vida

 

O visitante pode ainda apreciar a exposição "Olhares Camilianos" que apresenta um conjunto de obras de arte inspiradas na vida e obra de Camilo Castelo Branco.

Conheço esse bosque. O meu padre-mestre de latim chamava-lhe a Ilha dos Amores; foi lá que todos os bons latinistas meus condiscípulos leram a Arte de Amar de Ovídio; e o cadete, pelos modos, aplicou as teorias do Sulmonense...

Camilo Castelo Branco em Maria Moisés

 

Se tiver tempo, poderá ainda deleitar-se com a obra camiliana no "Cantinho da Leitura" ou percorrer os nossos Roteiros, pelos espaços da região intimamente ligados ao escritor.

Fui a uma aldeia, pendurada de uns rochedos de Barroso. Bragadas era o seu nome. Chamavam-me ali as trutas do rio Beça, as maiores trutas dos córregos riquíssimos de Portugal.

Camilo Castelo Branco em História de Uma Porta


Veja aqui os vídeos dos nossos Roteiros