O Ecomuseu

Ribeira de Pena é um concelho de fronteira entre o Minho e Trás-os-Montes, onde se encontram o Alvão, o Barroso e o próspero vale do Tâmega. Fruto desta situação, possui um património rico e peculiar, de contrastes e simbioses que estão na origem de uma identidade muito própria caracterizadora da sua comunidade.


O Ecomuseu de Ribeira de Pena pretende preservar e divulgar o património cultural da comunidade ribeirapenense, assim como promover e dinamizar a ação cultural na sua região de implantação.










quinta-feira, 16 de abril de 2020

Museu da Semana 4 - Os Imóveis de Interesse Público.


O concelho de Ribeira de pena possui no seu território quatro locais classificados como Imóveis de Interesse Público. São eles a Estação de Arte Rupestre de Lamelas, o Castro de Cabriz, o Pelourinho de Cerva e o Castro do Lesenho.



A Estação de Arte Rupestre de Lamelas localiza-se próximo da sede do concelho. Também conhecida como Eira de Lamelas, carateriza-se por um rochedo de grandes dimensões situado numa zona aplanada do pinhal de Lamelas que possui toda a sua extensão coberta de símbolos gravados na rocha. Estas gravuras rupestres, compostas por cruzes, formas geométricas, linhas e covinhas, terão sido gravadas em épocas diferentes desde o Neolítico, há cerca de 5000 anos, e dão um significado místico e religioso a este local. Os símbolos apresentados remetem-nos para o culto do Sol e das estrelas associado aos cultos agrários pré-cristãos, numa época em que o Homem começa a praticar a agricultura e desenvolve um culto ligado à fertilidade. Seria, por isso, um local de rituais, um santuário pré-histórico onde acorreriam os povos da região nas festividades do equinócio e do solstício, o que lhe terá atribuído algumas lendas pela tradição popular. Está classificada pelo Decreto n.º 1/86, DR, I Série, n.º 2, de 3-01-1986.


O Castro de Cabriz, próximo da aldeia homónima, situa-se no outeiro do Alto do Castelo, sobre o rio Póio. Este povoado terá sido ocupado desde a Idade do Cobre, há cerca de 5000 anos. A sua ocupação, no entanto, ter-se-á prolongado pela época Romana, época em que terá ultrapassado as suas muralhas ao longo da encosta Ocidental dando origem ao povoado do Couçadoiro. Este povoado terá sido habitado, pelo menos, até aos primeiros séculos da Idade Média. Testemunhos desta ocupação são os vestígios de cerâmica que ainda se encontram, mas principalmente as notícias de tesouros monetários e artísticos, de épocas romana e altimedieval, destacando-se entre todos pela raridade um arreio de cavalo visigótico. Apesar da destruição que conheceu ao longo das últimas décadas do século XX, são ainda visíveis vestígios de duas das muralhas superiores e algumas estruturas no patamar superior. Está classificado pelo Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990.


O Pelourinho de Cerva é um marco que se preserva da autonomia do antigo concelho de Cerva, composto pelas freguesias de Cerva, Limões e Alvadia, que foi independente até 1853. Trata-se de um pelourinho de estrutura simples, em granito, com uma tipologia que o integra nos pelourinhos de pinha. Apresenta uma base em forma de cubo onde assenta a coluna plana octogonal com bocel. Assente directamente na coluna encontra-se o ábaco, quadrangular, liso, saliente, que após um estrangulamento dá lugar ao remate em forma de pirâmide de base quadrangular. Toda esta estrutura assenta num soco quadrado de um degrau. Na base possui ainda a inscrição “1617 ANOS”, indicando a sua provável construção ou reconstrução, já que remete para mais de cem anos após a atribuição do foral a Cerva, em 1514, por D. Manuel I. Este monumento manteve-se no seu local de implantação original até 1930, junto à antiga Câmara Municipal na Casa de Paço Vedro. Foi depois transferido para o largo do Mercado Paroquial, junto à Capela das Almas e onde desemboca hoje a estrada de Ribeira de Pena. Posteriormente foi desmontado e assim se manteve até 1952, altura em que por iniciativa da Junta de Freguesia volta a ser remontado na localização actual. Está classificado pelo Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11-10-1933.


O Castro do Lesenho situa-se em pleno planalto Barrosão, na zona mais elevada da freguesia de Canedo. Dividido administrativamente com o concelho de Boticas, este povoado de grandes dimensões apresenta ainda visíveis vestígios das cinco linhas de muralha que possuiu, duas das quais circundantes, e algumas casas circulares. Com ocupação provável ainda na Idade do Cobre, há cerca de 5000 anos, terá sido um grande povoado na Idade do Ferro, há cerca de 3000 anos, e conhecido ainda ocupação na época Romana. Destacam-se as quatro estátuas de guerreiros lusitanos aí encontradas e as obras de restauro que recebeu recentemente. Dada a sua localização, surge identificado no concelho de Boticas, embora uma parte das estruturas se encontre na freguesia de Canedo. Está classificado pelo Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990.


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