O Ecomuseu

Ribeira de Pena é um concelho de fronteira entre o Minho e Trás-os-Montes, onde se encontram o Alvão, o Barroso e o próspero vale do Tâmega. Fruto desta situação, possui um património rico e peculiar, de contrastes e simbioses que estão na origem de uma identidade muito própria caracterizadora da sua comunidade.


O Ecomuseu de Ribeira de Pena pretende preservar e divulgar o património cultural da comunidade ribeirapenense, assim como promover e dinamizar a ação cultural na sua região de implantação.










quarta-feira, 8 de abril de 2020

Museu da Semana 3 - Exposição "A Escola Tradicional"

Na memória de todas as pessoas que aprenderam a ler e a escrever surgem algumas imagens: o professor, o livro, o caderno, a escola.
Filomena Beja in "Muitos Anos de Escolas"


Os diversos planos de ensino público promovidos pelo Estado Português a partir do Século XVIII levaram à criação de numerosos edifícios escolares para o ensino primário no concelho de Ribeira de Pena. Estes edifícios e o equipamento escolar de que foram dotados fizeram parte do quotidiano de professores e alunos e fazem hoje parte da memória de gerações de ribeirapenenses. Com o programa de criação dos parques escolares e o crescente despovoamento, as escolas foram deixadas ao  abandono e sob risco de perda de uma herança com décadas de história.


 

A criação da Casa da Cultura – Museu da Escola vem salvaguardar este património ligado ao ensino escolar primário no concelho de Ribeira de Pena, de espaços e equipamentos, mas também de memória das diferentes gerações que ainda hoje recordam a sua escola primária, muitas vezes a única que frequentaram. É, ao mesmo tempo, percorrer a história do ensino primário em Portugal, pela arquitetura, pela legislação, pelas imagens e recordações que são parte da nossa memória coletiva e que permitem compreender a escola primária de hoje.
A Casa da Cultura – Museu da Escola é ainda um espaço onde a dinâmica cultural e educativa vivem de mãos dadas, preservando a função pedagógica da escola Adães Bermudes onde se encontra instalada. Permite aos mais jovens consolidar a matéria das aulas de forma dinâmica e divertida, ao mesmo tempo que disponibiliza aos professores recursos de apoio à sua atividade.



 

 


 
O Plano dos Centenários veio dotar as salas de aula de mobiliário padronizado e de uma organização rígida que nem o professor podia alterar.
O mobiliário escolar elementar, desenhado pelo Arq.º Silva Bessa em 1943, é hoje a imagem da sala de aula tradicional e contava com 24 carteiras rígidas de dois lugares, secretária do professor, quadro de lousa, estante para material de ensino e relógio de parede.


 
 
A disposição da sala de aula e os materiais didáticos




A régua palmatória e outros equipamentos de apoio ao professor

 


 O mobiliário escolar

 

Os "Livros Únicos" e os exames ao longo do tempo


 

No séc. XIX  Camilo Castelo Branco veio para Ribeira de Pena estudar Latim com o padre Manuel da Lixa, na Granja Velha, levando daqui as bases que o viriam a tornar num grande escritor.

Fui daquela terra para outra, onde vivia um mestre de latim,
sujeito de não vulgar lição, pregador de fama e bom velho sobretudo.

Camilo Castelo Branco in "Ao anoitecer da vida"