O Ecomuseu

Ribeira de Pena é um concelho de fronteira entre o Minho e Trás-os-Montes, onde se encontram o Alvão, o Barroso e o próspero vale do Tâmega. Fruto desta situação, possui um património rico e peculiar, de contrastes e simbioses que estão na origem de uma identidade muito própria caracterizadora da sua comunidade.


O Ecomuseu de Ribeira de Pena pretende preservar e divulgar o património cultural da comunidade ribeirapenense, assim como promover e dinamizar a ação cultural na sua região de implantação.










sexta-feira, 27 de março de 2020

Museu da Semana 1 - Exposição "Memórias da Terra"

A Exposição

“Quem segue do Arco de Baúlhe, pela estrada que passa a Ponte de Cavês, para Ribeira de Pena, após ter percorrido uns bons quilómetros, encontra de surpresa esta povoação no centro de um formoso vale, que constitui uma das mais formosas paisagens do Norte do País, aliando às belezas da província minhota a imponência severa das serras transmontanas. O solo é exuberantemente fértil e as suas produções agrícolas podem contar-se entre as melhores das regiões limítrofes.”

Américo Costa in "Dicionário Corográfico de Portugal, Vol.X"


O concelho de Ribeira de Pena apresenta uma dualidade que se reflete na paisagem, fruto da sua situação fronteiriça, denunciando grandes semelhanças com a região do Entre-Douro-e-Minho nas zonas de vale, enquanto nas zonas sob influência do Alvão e do Barroso se evidencia já clara influência transmontana.

A paisagem é ainda marcada por um povoamento disperso, de onde sobressaem os solares, igrejas e capelas ricamente decoradas. Esta paisagem, dominante nos vales e encostas, contrasta com a realidade das serras, onde é visível o domínio dos pastos, da criação de gado e da pastorícia, entre um povoamento aglomerado, de modestas construções e uma paisagem agreste dominada pela vegetação serrana.

A predominância da agricultura na economia local levou ao enraizamento de toda uma série de tradições associadas a esta atividade no seio da população do concelho de Ribeira de Pena, tradições que ainda hoje se praticam constituindo momentos de reunião e de grande animação. São elas as marcas da identidade local que fazem parte da memória coletiva da comunidade.

Esta exposição surge em homenagem ao artesão Américo do Enjeitado que se inspirou nas tradições da sua terra, Cerva, para criar as peças de artesanato que aqui se apresentam. O legado que deixou reflete não apenas as principais tradições e construções da sua freguesia, mas as imagens que caraterizam todo o concelho ribeirapenense.


A Agricultura
  
“Em Portugal, até há poucos decénios, as actividades agrícolas constituíam praticamente, com a pesca e o pastoreio, as formas únicas da vida do povo; e ainda hoje elas ocupam um lugar primordial no quadro geral da economia do país (…).”

Ernesto Veiga de Oliveira in "Alfaia Agrícola Portuguesa"


As Vessadas

“O morgado de Linhares (…) mandava-a chamar todos os anos infalivelmente para a sua vessada (…).”

Júlio de Lemos in "Campesinas (Quadros do Minho)"
 

 O Vinho 

“(…) na paisagem ondulante desse amplo território, as videiras estão em todo o lado. (...) A sua presença, ainda que geralmente dissimulada, constitui uma das mais profundas e originais marcas da agricultura do Entre Douro e Minho.”

Manuel Carvalho in "Cores do Vinho Verde"


O Linho

“Os atoalhados e colchas de Limões, ou de Basto (designação esta por que também são conhecidos) diferem no entanto dos fabricados no concelho de Felgueiras; o seu aspecto é o do felpo mecânico e são sem dúvida os mais perfeitos que se fazem no género.”

Manuel Geraldes in "Monografia sobre a Indústria do Linho no Distrito de Braga"


O Milho

No Noroeste, nada muda facilmente. Nesse imenso território, só os Romanos e o milho foram capazes de produzir revoluções profundas.

Manuel Carvalho in "Cores do Vinho Verde"

Os Espigueiros                                                             Os Moínhos 

 

Cerva

“Eram seus donatários os Marqueses de Marialva. (…) É terra muito fértil e cria muito gado e caça.”

Pinho Leal in "Portugal Antigo e Moderno – Volume Segundo"