A tecelagem manual do linho é uma tradição ancestral fortemente
enraizada no seio da comunidade ribeirapenense, que principalmente nas
freguesias de Cerva e Limões viu
reconhecida excelência da qualidade e perfeição dos seus trabalhos, fornecendo
as casas mais nobres da região. Mas para chegar ao trabalho final há todo um
longo processo, carregado de métodos e gestos, que começa na sementeira e que tem
o seu ponto alto no dia da Arrancada, momento em que o linho deixa de ser
planta e inicia a conversão em tecido. Além da sua importância no
processo de tratamento do linho, trata-se de um momento de convívio e animação
social que aparece entre as mais importantes serviçadas agrícolas,
revestindo-se de forte simbolismo para a comunidade. A memória destes momentos
permanece na cultura popular, traduzida em estórias, canções e versos que vão
passando de geração em geração.
A arrancada do linho preserva-se viva na comunidade da aldeia de
Limões e voltou a realizar-se no passado fim-de-semana. O novo linho será
preparado ao longo do Verão, para ser depois transformado em novas peças
ornamentais de excelência.
O Ecomuseu de Ribeira de Pena acompanhou o processo e fez a
recolha das imagens que irão brevemente enriquecer o espólio imaterial à guarda
do Centro de Interpretação-Museu do Linho, no centro desta aldeia.